Setembro Amarelo nos lembra que cuidar é construir rede. Na escola, isso começa por acolher, falar com responsabilidade e saber a quem recorrer. Abaixo, você encontra um guia em itens para usar com equipes, estudantes e famílias.
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Mapa de ajuda — percebi sinais, e agora?
• Converse e ouça: escolha um lugar calmo, pergunte com clareza e sem julgamento (“como você está?”, “você pensou em se machucar?”), valide o sentimento.
• Avalie risco imediato: se houver perigo agora, imediato, não deixe a pessoa sozinha e acione SAMU 192 ou leve à UPA/Pronto-Socorro.
• Ative a rede SUS: ofereça-se para acompanhar à UBS ou CAPS para avaliação.
• Apoio emocional 24h: CVV 188 (telefone, chat e e-mail em cvv.org.br).Centro de Valorização da Vida é um serviço voluntário gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
• Mantenha o vínculo: escute, atue com empatia e amor, combine check-ins, ajude a reduzir acesso a meios potencialmente letais quando pertinente e incentive a continuidade do cuidado profissional. -
Sinais de alerta — quando a luz amarela acende A quais atitudes devemos estar atentos? Muitas vezes o que parece inesperado vinha dando sinais a tempos. É preciso estar alerta e atento aos seguintes comportamentos
• Falar com frequência sobre morte/desesperança; mensagens do tipo “queria desaparecer”.
• Isolamento repentino, abandono de atividades; mudanças marcantes de sono, apetite e autocuidado.
• Declarações de intenção de se ferir; despedidas incomuns ou doação de pertences.
• Contextos que ampliam vulnerabilidade: luto, violência, discriminação, crise financeira, doença crônica/dor.
• O que fazer: leve a sério, converse, sempre com muita empatia e amor, sem julgamentos e culpa. conecte aos serviços de saúde e acompanhe. Em risco imediato, você já sabe: ligue 192. -
Como conversar com um estudante/amigo em sofrimento? Crianças e adolescentes podem achar mais seguro e confortável se abrir com amigos. É importante orientar os estudantes e serem apoio a seus colegas, caso haja necessidade:
• Pergunte diretamente: falar com cuidado abre portas para ajuda; não “planta ideias”.
• Ouça e valide: “obrigado por confiar em mim; faz sentido que esteja difícil”. Evite minimizações e conselhos rápidos.
• Encaminhe e acompanhe: ofereça-se para se abrir com um adulto, psicologo, pedagogo ou familiar. -
Micropráticas seguras de regulação (não substituem atendimento) Aqui algumas práticas de respiração que podem fazer a mente aliviar, o estresse diminuir, e a pessoa sair de uma zona difícil. Porém NÃO SÃO tratamento ou remédio para momentos realmente difíceis.
• Respiração ritmada 4–6 (1–3 min): sente-se com os pés no chão; inspire suave pelo nariz em 4 tempos e expire em 6. Repita 6–10 ciclos. Adapte para condições respiratórias (pode usar 4–4).
• Aterramento 5-4-3-2-1 (1–3 min): nomeie 5 coisas que vê, 4 que sente ao toque, 3 sons, 2 cheiros, 1 sabor/memória positiva.
• Dicas de aplicação na escola: use como “higiene emocional” no início/fechamento das aulas; mantenha o tom simples, sem exposição; sinalize que não substitui atendimento profissional. -
Protocolos essenciais para a escola: a escola pode apoiar e criar um ambiente com informação e segurança:
• Fluxo de encaminhamento visível: quem acolhe, quando acionar família/rede, referências de UBS/CAPS/UPA/SAMU 192.
• Cartazes e canais em locais estratégicos: CVV 188 (24h), cvv.org.br, endereços/telefones do CAPS e UBS de referência.
• Formação básica da equipe: abordagem acolhedora, linguagem segura, “não deixar sozinho em risco”, como acionar 192 e organizar encaminhamentos.
• Pós-venção responsável: plano para apoiar turmas e colaboradores após crises/lutos, evitando glamourização e mantendo foco em cuidado e recursos.
• Cuidado com quem cuida: oferta de escuta qualificada e canais de apoio a docentes/funcionários.
• Sigilo e registro: procedimentos alinhados à LGPD, sem exposição pública.
• Micropráticas integradas à rotina: pausas de respiração/aterramento como estratégia de clima escolar — sempre com a nota “não substitui atendimento”.
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Educamente — bom pra mente, bom pro mundo.