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Primeiros Socorros Emocionais na Sala de Aula: Como Acolher as Feridas que Não se Vêem

8 de julho de 2025

Você já ouviu falar em primeiros socorros emocionais?

Assim como aprendemos técnicas para lidar com cortes, quedas ou febres, também deveríamos estar preparados para acolher a dor psíquica que aparece — muitas vezes silenciosa — nas rotinas escolares. Solidão, frustração, rejeição, vergonha, raiva, medo. As chamadas “feridas emocionais” não são exclusivas da vida adulta: elas surgem desde a infância e têm impacto profundo no bem-estar e no aprendizado.

Dentro da escola, onde crianças e adolescentes vivem tantas descobertas, pressões, comparações e conflitos, é fundamental que professores e educadores saibam identificar sinais de sofrimento emocional e saibam o que fazer diante deles. Afinal, antes de qualquer conteúdo, há um ser humano ali.

Inspirados nas ideias do psicólogo Guy Winch, autor do livro “Primeiros Socorros Emocionais”, podemos pensar em como criar um ambiente mais acolhedor e consciente na sala de aula. Ele propõe que tenhamos um verdadeiro kit de primeiros socorros emocionais, com atitudes simples que ajudam a reconhecer e cuidar da saúde mental no dia a dia. A seguir, vamos traduzir essas ideias para o contexto escolar:


1. Reconheça as dores emocionais na escola

Uma criança retraída, irritada ou dispersa pode estar lidando com sentimentos de rejeição, fracasso ou solidão. Esses sinais não devem ser ignorados. Assim como levamos a sério uma dor de barriga ou uma febre, também precisamos olhar com atenção para dores emocionais. A solidão, por exemplo, é uma das experiências que mais impactam a saúde mental, podendo afetar até mesmo a expectativa de vida. Professores atentos fazem toda a diferença.

💡 Dica do Educamente: incentive momentos de escuta na sala de aula, onde os alunos possam expressar como estão se sentindo.


2. Observe as reações emocionais dos alunos

As emoções podem distorcer a percepção da realidade. Uma nota baixa pode fazer o estudante acreditar que é “burro”, “incapaz” ou “nunca vai conseguir”. Esse tipo de pensamento pode levar ao isolamento ou desmotivação. Por isso, além de acolher o sentimento, é importante ajudar o aluno a construir um olhar mais compassivo e realista sobre si mesmo.

💡 Dica do Educamente: após avaliações, proponha rodas de conversa sobre o que foi aprendido, não apenas sobre a nota. Incentive os alunos a reconhecerem seu esforço.


3. Fortaleça a autoestima

A autoestima, segundo Winch, é como um sistema imunológico da mente. Quanto mais forte, mais protegidos estamos do sofrimento emocional. Na escola, isso significa valorizar não apenas o desempenho acadêmico, mas também as qualidades únicas de cada estudante.

💡 Dica do Educamente: que tal propor uma atividade onde cada aluno escreva uma carta para si mesmo, elogiando suas qualidades e conquistas?


4. Quando surgirem pensamentos negativos, proponha movimento

A ruminação — aquele hábito de ficar pensando repetidamente sobre algo negativo — pode prender crianças e adolescentes em um ciclo de sofrimento. Atividades prazerosas e focadas ajudam a interromper esse ciclo.

💡 Dica do Educamente: use práticas rápidas de mindfulness, como observar a respiração por 2 minutos ou fazer alongamentos conscientes, para trazer os alunos de volta ao momento presente.


5. Ajude a ressignificar perdas

Perdas emocionais fazem parte da vida: mudar de escola, perder um amigo, ser excluído de um grupo… Cada criança vivencia isso de forma única. Ajudar os alunos a darem novos significados a essas experiências pode ser um gesto poderoso.

💡 Dica do Educamente: proponha a construção de um “mural de memórias boas”, onde os alunos possam compartilhar lembranças felizes e aprender a olhar com carinho para o passado.


6. Ensine sobre a culpa saudável

A culpa pode ser um caminho para o aprendizado ou um peso paralisante. Crianças muitas vezes se culpam por situações que não entendem completamente. Ensinar sobre empatia e autorresponsabilidade — sem alimentar a autocrítica excessiva — é essencial.

💡 Dica do Educamente: crie um espaço seguro para pedidos de desculpas e reconciliação. Pequenas mediações guiadas por adultos podem ajudar os alunos a resolverem conflitos com maturidade.


Por que falar sobre isso na escola?

Porque a escola não é apenas um lugar de aprendizado cognitivo. Ela é, antes de tudo, um território de relações humanas. Ensinar a cuidar das emoções, a nomear os sentimentos e a lidar com frustrações é uma das formas mais poderosas de prevenir a violência escolar, melhorar a convivência e fortalecer o clima escolar.

E para isso, não é preciso muito tempo. Pequenas práticas diárias — como as propostas pelo Educamente — já colocam a saúde emocional no centro da aprendizagem.


Vamos juntos?

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